
O Programa Estratégico de Estruturas Artificiais Marinhas (Preamar-PB) recomendou a adoção da proposta emergencial da Secretaria de Planejamento (SEPLAN) de João Pessoa para conter o avanço da erosão costeira em um trecho de 600 metros da orla do Bessa.
A conclusão foi apresentada na IV Reunião do Painel Científico, realizada nesta quinta-feira (30). Os pesquisadores analisaram o trecho que se estende do maceió do Bessa até o início da praia do Bessa (ao norte), considerado de alto grau de vulnerabilidade à erosão costeira.
Detalhes da Vulnerabilidade e da Proposta
A Nota Técnica do Preamar destacou que a área em questão apresenta obstáculos à circulação de pedestres na faixa de areia, limitações de acesso seguro a atividades aquáticas e comprometimento da qualidade paisagística.
A proposta da SEPLAN, com caráter emergencial, prevê:
- Melhoria das condições de acesso na orla.
 - Retirada de rochas, entulhos e antigos gabiões.
 - Construção emergencial de uma estrutura rígida de contenção (sea wall) em aço e concreto.
 
Impacto na Biodiversidade do Caribessa
O documento científico também chamou a atenção para o ecossistema local, especialmente os recifes conhecidos como “Caribessa”, que abrigam uma rica biodiversidade marinha e são essenciais para o turismo náutico e o mergulho praticados na região.
Considerações e Recomendações do Preamar
Embora tenha recomendado a intervenção emergencial, o Preamar fez ressalvas e exigiu ações de longo prazo para garantir a sustentabilidade costeira:
- Caráter Emergencial: A intervenção proposta deve ser adotada apenas emergencialmente e aplicada estritamente no trecho delimitado.
 - Sustentabilidade: É fundamental buscar soluções sustentáveis e baseadas na natureza para restaurar o equilíbrio sedimentar regional, as quais já estão sendo estudadas pelo Preamar.
 - Manejo Costeiro: É imprescindível desenvolver um Plano de Manejo Costeiro abrangente, com visão regional e de longo prazo para toda a área do Bessa.
 

Suspensão de Novos Empreendimentos
O Painel Científico também sugeriu a suspensão da construção de novos empreendimentos em trechos considerados de alta vulnerabilidade por um período de seis meses, até a conclusão de estudos em andamento. Essa recomendação foi acatada pelo Ministério Público Federal.
O procurador da República João Raphael Lima destacou a importância da ciência para a tomada de decisões: “só o conhecimento científico de diversas áreas é capaz de resolver questões emergenciais como esta da erosão costeira.”
