
Em 2 de outubro, Campina Grande celebra os 118 anos da chegada do trem, um marco que transformou a cidade no maior polo do ciclo do algodão. A história dessa época, que rendeu ao município o apelido de “Liverpool brasileira”, está preservada no Museu do Algodão, localizado no prédio da antiga Estação Velha.
Administrado pela Prefeitura, o museu guarda objetos, documentos, maquinários e peças emblemáticas do auge econômico da Rainha da Borborema, incluindo a icônica locomotiva Maria Fumaça. A visitação é gratuita e aberta ao público de segunda a sexta, das 8h às 13h, e aos sábados, das 8h às 12h.
Ferrovia e o Ciclo do Algodão: O Motor do Progresso
A chegada da ferrovia em 1907, viabilizada pelo então prefeito Cristiano Lauritzen, foi o divisor de águas que impulsionou o desenvolvimento econômico de Campina Grande. O trem foi crucial para o escoamento da produção do chamado “ouro branco”, consolidando a cidade como a segunda maior produtora de algodão do mundo à época.
A historiadora Betânia Andrade, gerente do museu, pontua que o espaço é fundamental para a memória da cidade: “É uma oportunidade de se conectar com as raízes econômicas e sociais de Campina Grande, preservando uma parte fundamental da história que encanta estudantes e visitantes, especialmente a Maria Fumaça”.
Até o início da década de 1980, enquanto o ramal ferroviário esteve ativo para transporte de passageiros, Campina Grande viveu um intenso ciclo de crescimento e modernização. O historiador Wanderley Brito destaca a visão empreendedora que transformou um ponto de repouso de tropeiros em um vibrante centro urbano.
Do Passado ao Futuro: A Nova Era do VLT
Mais de um século após a chegada da primeira locomotiva, Campina Grande se volta novamente para os trilhos, com o anúncio da implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O projeto, aguardado há décadas e lançado na atual gestão, visa modernizar a mobilidade urbana.
O VLT irá reaproveitar parte da antiga ferrovia, revitalizando um trecho de 15 km e instalando 10 estações. A previsão de operação é para 2026, com investimento de cerca de R$ 170 milhões. O novo modal conectará pontos estratégicos da cidade, como:
- Polo Universitário
- Polo Industrial
- Áreas Comerciais e Centro
- Hospitalar e Aeroporto
O VLT será um modal moderno, sustentável e eficiente, integrado ao sistema de transporte coletivo. Dessa forma, Campina Grande preserva sua história ferroviária no Museu do Algodão ao mesmo tempo em que investe em um futuro de mobilidade moderna, reafirmando sua vocação empreendedora.